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O outro que atua em mim

Há algum tempo era muito comum usarmos uma expressão que envolvia um conflito entre um anjo e um diabo interno, como se o anjo que habita em mim estivesse tentando convencer meu diabinho a não fazer tal coisa, ou vice versa. Forças do bem e do mal disputando um espaço na minha alma, com toda certeza. E a decisão final  sempre pareceu ser um acaso, alheia à própria vontade. Muito curiosa essa colocação onde a própria pessoa parece isenta da direção das suas escolhas. É preciso lembrar que a decisão é de cada um. São muitas as opções que se mostram no caminho e, o autodesenvolvimento é aquele regulador que determina a consciência da escolha. Mas a escolha, de fato, sempre é determinada pelo protagonista da história. Mesmo naqueles momentos em que parece que não temos escolha, ainda assim, nos cabe escolher como passar por isso. Não é fácil assumir tal responsabilidade sobre a vida, eu sei.  E o que pode nos ajudar a passar por isto ou aquilo está no caminho do autoconhecimento.  Esse cam
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Encontrando o fio vermelho

Tem algo na nossa vida que nos impulsiona, ou nos empurra. Algo que podemos reconhecer como um tema com o qual vamos nos deparando no transcorrer da vida. Muitas vezes é possível reconhecer que fulana tem questões frequentes com relacionamentos, outra com a questão profissional, outra ainda com o financeiro. Tudo parece se voltar para esse tema, e ainda dentro desse tema tem um outro quê mais específico. O fio vermelho é aquele motivo com o qual nos vemos ligados. Às vezes, emaranhada. Eu, por exemplo, sempre me vi envolvida com o tema terapêutico. Me lembro que ali, ainda no final do segundo setênio, por volta dos meus 12-14 anos, sabendo que minha avó materna sofria com alguns problemas de saúde, escrevi uma carta para ela - que morava em Portugal - perguntando o que a afligia? Se ela tinha a percepção de que nossos problemas físicos tinham ressonância com nossas emoções… enfim, fosse pelo trabalho corporal com o qual me envolvi, florais, astrologia e aconselhamento biográfico, sempr

'Justo a mim coube ser eu' em tempos terapêuticos

    Li uma matéria outro dia dizendo que o autoconhecimento se tornou um bom negócio, que  apostar na ideia de que ‘seja o seu melhor’, tornou-se um negócio rentável. Não sou analista e nem tenho condições de avaliar esse tipo de investimento, mas quero falar sobre esse fenômeno. Já há muito tempo conseguiu-se verificar a importância do autoconhecimento. Deve contar um pouco mais de 2.000 anos aproximadamente, então acho bastante razoável, que o fenômeno tenha se tornado mais popular e, desejo, com plenitude do meu coração, que não seja uma moda passageira, e que aqueles que investirem financeiramente no negócio, tenham se trabalhado suficientemente para oferecer atendimentos honestos. E aqueles que se sentirem convocado ao chamado autoconhecimento reconheçam a importância dessa empreitada, para além da moda atual.  O auto conhecimento tem suas origens em duas linhas, que eram quase a mesma: filosofia e medicina. E quem era médico, também era terapeuta, porque afinal, therapeia, do g

ERA UMA VEZ UMA HISTÓRIA

    Era uma vez uma pata que, assistindo o romper dos ovos de seus filhotes, se deu conta de que um deles demorava para se partir   e, quando aconteceu, qual não foi sua surpresa ao perceber que aquele último era tão diferente dos demais. E qual foi sua reação ? A pata-mãe conseguiu acolher seu rebento ? As histórias trazem a possibilidade de observar padrões, comportamentos, estados de alma. Quantas vezes não reconhecemos nessas histórias aspectos tão particulares? Quantas vezes não nos sentimos rejeitadas,   colocadas de lado, alvo de críticas por algo que criamos - como a pata-mãe - ou por reconhecermos nossa singularidade - como o patinho feio? Como se trata de uma linguagem simbólica, esses contos são capazes de acolher múltiplas interpretações e, a maioria delas, adequadas.  E, por isso, essa pode ser a história de 'alguém' que, não se reconhece e se encontra como alvo de julgamentos e críticas. Ele não sabe quem é e não passa desapercebido. Sua singularidade

Além dos 63 anos - Se preparando para o envelhecimento

  Diz um ditado antigo, chinês, que temos '20 anos para aprender, 20 anos para lutar e 20 anos para nos tornar sábios'. Pois bem, durante os primeiros 20-21anos de vida estamos numa fase em que aprendemos a andar, a falar, a pensar, a nos relacionar, aprendemos a aprender; depois, durante a fase entre os 21 e 42 anos, é a época em que nos dedicamos a conquistar a nossa vida, por assim dizer: nos dedicamos a estudos mais específicos, nos relacionamos mais seriamente e, podemos constituir família, empregamos nossa energia em conquistar um lugar ao sol e, nos 21 anos seguintes, entre 42 e 63 anos temos a possibilidade de assentar todas essas experiências e partilhar, transmitir nossa vivência, orientando, inspirando os outros, amadurecendo nossa consciência social, despertando nossa consciência espiritual. A partir dessa fase, dos 63 anos, temos a oportunidade de viver a partir da nossa sabedoria.   O que seria isso?   Seria direcionar nossa vida a partir das lições que

Limites, a construção da cerquinha.

Péraí! Alto lá! Existem muitas formas de colocar limites para os outros, e,   também seria de bom proveito  reconhecer como recebe o  dos outros .   Será que meu limite é igual para todos? Será que limite é igual para todo mundo? Da mesma maneira que existem diversos modelos de cercas, demarcando um território particular, assim também podemos encontrar diversidade nos limites que precisamos. É sabido que nossos limites variam de pessoa para pessoa, de relação para relação, e as vezes, de um dia para outro. Enfim, é assim que vamos nos colocando no mundo, nas relações.     E o que define nossos limites?   Alguns poderão dizer: 'a lua!' Outros: 'como os outros agem'; e outros ainda podem definir seus limites de acordo com critérios bem próprios, e estabelecidos por uma percepção de respeito e bem estar, a partir de seus próprios valores.   Como você define onde irá fincar sua cerquinha?   E é interessante perceber que determinadas pessoas, tem tant

Durma com os anjos

“Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam.” Clarice Lispector  - Boa noite, durma com os anjos! Uma frase bastante comum na minha infância, quando minha mãe se despedia de mim, na hora de dormir. E, no resgate dessa lembrança, associada a alguns novos conhecimentos, me disponho a falar sobre algo que envolve nossos hábitos e que podem ser realizados 'no piloto automático' ou com consciência. Quando minha mãe se despedia de mim, na hora de dormir, ela transmitia que ali se encerrava um ciclo, e que dormir com os anjos me prepararia para o novo ciclo no amanhecer. Ao dormir, nossa alma se distancia de nosso corpo físico e se envolve com outras questões. Quais questões ? O que determina isso ? Posso dizer que, quanto mais consciência tivermos desse processo, mais claro isso se torna. Temos o tempo de acordar e o tempo de dormir. Isso implica na necessidade que temos de realizar um descanso, certo? E, talvez a pausa precise ser considerada ta