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Limites, a construção da cerquinha.

Péraí!

Alto lá!

Existem muitas formas de colocar limites para os outros, e,  também seria de bom proveito reconhecer como recebe o dos outros. 

Será que meu limite é igual para todos?

Será que limite é igual para todo mundo?

Da mesma maneira que existem diversos modelos de cercas, demarcando um território particular, assim também podemos encontrar diversidade nos limites que precisamos.

É sabido que nossos limites variam de pessoa para pessoa, de relação para relação, e as vezes, de um dia para outro. Enfim, é assim que vamos nos colocando no mundo, nas relações.  

E o que define nossos limites? 

Alguns poderão dizer: 'a lua!'

Outros: 'como os outros agem';

e outros ainda podem definir seus limites de acordo com critérios bem próprios, e estabelecidos por uma percepção de respeito e bem estar, a partir de seus próprios valores. 

Como você define onde irá fincar sua cerquinha? 

E é interessante perceber que determinadas pessoas, tem tanta dificuldade em colocar limites que desenvolvem espinhos suficientes para que ninguém se aproxime. Um jeito indireto ou inconsciente de informar suas medidas. Inversamente, tem aqueles que acham que não precisam estabelecer limites e aceitam tudo o que chega.

São formas de colocar limites, é bem verdade. Mas, são claros? Saudáveis para suas relações?!

No reino da antipatia e simpatia, os limites podem ser demarcados sem muita apropriação. E estabelecer parâmetros para nós mesmos pode poupar muito desgaste desnecessário.

Também vale dizer que uma vez estabelecido um limite, ele pode ser reavaliado.

O que não é possível é fazer de conta que ele não existe. Afinal, para tudo há um limite!

Alguém já deve ter ouvido falar: 'até paciência tem limite!' A autoria dessa frase pertence a Edmund Burke, escritor irlandês, criada  lá pelos idos de mil setecentos e bolinha.

E isso corrobora a ideia de que 'Há um limite onde a paciência deixa de ser uma virtude.'( E.Burke) Pois bem, limite tem a ver com tudo isso: com adequar nossos sensores e percebendo-nos, encontrar um equilíbrio maior.

Trago um trecho, cujo autor denomina-se Marcos Sales, que, tratando  sobre os limites, nos dá a dimensão da importância da busca do equilíbrio: 

A bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade.
A paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência.
A serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença.
A tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade. 

Com isso, podemos dizer que o reconhecimento dos limites é também um reconhecimento dos nossos parâmetros. 

Você reconhece os seus?


Olivia Gonzalez

aconselhadora biográfica, terapeuta floral e corporal

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