Carnaval é
folia e diversão. Coisa muito mais antiga do que a trazida pelos portugueses
para o Brasil.
A festa, que teve início muito antes disso, ali por volta de 600 antes mesmo de Cristo!, era uma brincadeira que acabava em coisa bem séria, mas que trazia em si, a oportunidade de que cada um pudesse fazer de conta que era o outro. Alguns historiadores contam que a festa consistia em permitir que um prisioneiro se fantasiasse de rei e tivesse regalias, e também, que os reis fossem tratados como meros mortais. Mortal mesmo era o destino do prisioneiro depois da festa!
A festa, que teve início muito antes disso, ali por volta de 600 antes mesmo de Cristo!, era uma brincadeira que acabava em coisa bem séria, mas que trazia em si, a oportunidade de que cada um pudesse fazer de conta que era o outro. Alguns historiadores contam que a festa consistia em permitir que um prisioneiro se fantasiasse de rei e tivesse regalias, e também, que os reis fossem tratados como meros mortais. Mortal mesmo era o destino do prisioneiro depois da festa!
Mas enfim,
carnaval do latim: carnis levale significa ‘carne retirada’ e daí, isso tudo vai
fazendo algum sentido. A carne retirada de si mesma pode ser vestida pelo outro
ou pode simplesmente ser retirada.
Com o passar
dos tempos a festa foi ganhando outros contornos, até chegar aqui no Brasil
como uma tal festa do entrudo, para dar início ao período da quaresma.
A festa
permitia realçar a capacidade de brincar, se divertir, cultuar a alegria. Era
praticamente uma brincadeira entre os escravos e com batuques e alguns gingados, acontecia jogando água uns nos outros. Muito tempo depois disso, mas há algum tempo atrás, na minha infância, ainda me
lembro de umas bisnagas. Esperávamos os
carros que passavam distraídos, com os vidros abaixados, e não velozes, e, lá
da calçada, recebiam uma esguichada e muitas risadas ! Ainda bem que nosso
Carnaval acontece no verão! Mas, voltando ainda mais no tempo, na trajetória do carnaval, a água ganhou cor, e deu lugar às
tintas e pinturas. Outras vezes, a água continha cheiros e um pouco mais para
frente deu lugar ao ‘lança perfume’, e daí em diante, foi uma droga atrás da
outra se sofisticando. Artifícios para quem perdeu o dom de brincar, por conta
própria, provavelmente, mas não vou ficar por aqui.
A festa que
começou com o experimentar o lugar do
outro, ampliou a possibilidade através das fantasias, permitindo que nesses
dias, cada um se transformasse no que quisesse ser: fadas, monstros, heróis,
animais, homens em mulheres, mulheres em homens, pobres em ricos, e outras
coisas mais…. As máscaras trouxeram o anonimato, e cada qual se permitia
vivenciar a própria fantasia.
Era para ser
só alegria, mas a gente sabe que não é bem assim.
A capacidade
de brincar e se colocar no lugar do outro perdeu seu valor durante muito tempo,
mas ultimamente tem sido mais cultuada. Tomara isso permita celebrar a alegria
de se divertir com amigos, entre conhecidos e desconhecidos, com respeito. Com
aquele mesmo respeito que gostaria de ser tratado e tratada. Pudera ser essa a
principal motivação do carnaval: aprendermos a nos colocar no lugar do outro e
respeitar as diferenças.
Olivia Gonzalez
aconselhadora biográfica, terapeuta corporal e floral
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